Familia Flores por Natalia Flores

# tomo a liberdade de publicar esse texto da minha prima natalia(tataia) pq gosto muito dele e atravez do mesmo é beem mais facil deixar claro que a loucura é mesmo de familia, esse texto é parte integrante do livro que vamos, ou iamos lançar sobra a familia "pq os flores são assim" contando estória que só poderiam mesmo ser protagonizadas por esse clã maravilhosamente enlouquecido....aproveitopara dizer que naum assiti as cenas citadas a seguir mas que garanto a autenticidade das mesmas....#

Maristella e sua gravidez
"Maristella". Figura rara. É a mais nova dos Flores e está metida em grande parte das histórias engraçadas. Nos mata de tanto rir. Querem a ficha completa? Na verdade, o nome dela é Marcella, mas, devido à uma mal entendido, ficou Maristella mesmo. A Maristella tem uma habilidade incrível com os dedos. É difícil de descrever, mas ela realmente coloca os dedos para dançar. E é exatamente dos dedos que tem vivido. Neste último Reveillon, por exemplo, a figura apresentou um espetáculo dançante ("Cia dedos em dança apresente: A dedagem da vida") Pode até parecer mentira, mas ela conseguiu arrecadar um bom dinheiro da parte caridosa da família que se emocionou com sua criatividade. Bem, voltemos à história. Como na maioria das vezes, o cenário é a fazenda. Éramos todas pequenas. Maristella deveria ter seus cinco, seis anos e nós, uns oito, nove. Vivíamos gozando com a cara dela, incomodando (sempre tem que ter um alvo para as brincadeiras e, por incrível que pareça, a vítima sempre é a menor).
Tínhamos acabado de almoçar e, como de costume, a Marcella tomou o "mamá" dela. Todas no banheiro, escovando os dentes. Marcella estava se olhando no espelho. Passava as mãos na barriga, olhava mais um pouco. Estava meio quieta.
"Gurias, minha barriga tá doendo
muito." – silêncio. "Acho que tô grávida." – disse ela, bastante preocupada, apalpando a barriga e ainda admirando-se no espelho.
Nós três nos desatamos a rir. Grávida? Uma menina pequena assim? Só criança mesmo pra pensar essas coisas... Mas não é que era uma boa idéia? Nós nos entreolhamos e encaramos a Marcella, com as caras muito preocupadas.
"Mar, pode ser... É melhor tu repousar..." – aconselhou a Mariana, dando um leve cutucão na Maria e em mim. Fomos pra nossa casinha na árvore (ou melhor, no paiol) e ficamos a tarde inteira envolvidas com a futura mamãe. "Como vai ser o nome, Mar?" – perguntava eu, bem séria. "Se for menina, vai ser Ana Paula. Se for menino, Pedro." Claro que era quase impossível ficarmos sem rir na frente da menina, então nos revezávamos. Fingíamos ir pegar alguma coisa para beber, ou para comer.
"Marcella, eu conheci uma menina da tua idade que tava grávida também. O médico receitou que ela corresse, por que senão ia tê problema na ,hora do parto." – a Mariana se emocionou...
Ela acreditava em tudo o que a gente dizia. Vocês não iriam acreditar se eu dissesse que ela seguiu o conselho da Mariana? Os adultos que estavam sentados na sombra tomando uma cervejinha não entenderam quando viram um toquinho correndo em círculos pelo pátio. Nós três não conseguíamos parar de rir.
"E se forem gêmeos? Quem é o pai?"
"Não tem pai. Eu sou mãe solteira." – Santa inocência!
Ela estava muito preocupada. Eu (já que tinha feito um curso de medicina aos nove anos e tinha alguma experiência...), sugeri que ela pedisse à mãe dela pra levar ela pra São Miguel (fala sério!) para fazer uns exames, e ver se o suposto bebê estava bem. Péssima idéia. Ela entrou correndo. Nós ficamos ali, rindo ainda. Mas escutamos dali mesmo a figura: "Mami, eu preciso muito ir para São Miguel. Eu acho que tô grávida."
Quando ela voltou, tava furiosa. Saía até fumaça da criatura. Tinha sido enganada! Que horror! A mãe dela havia esclarecido que era (quase) impossível uma menina de seis anos ter um filho.
É Marcella. Parece que tu vai ter que guardar o enxoval...